A Nova Zelândia, suas regiões Vitivinícolas e seus esportes radicais
A Nova Zelândia, cuja capital é Wellington, possui cerca 629 mil km² e uma população de mais de 4,5 milhões de habitantes. Apesar de não ser a capital, a principal cidade e a maior é Aukland, cuja população é de quase um milhão e meio de habitantes. Tem 31% da população da Nova Zelândia e foi fundada em 1840. A população nativa são os Maoris e estima-se que estejam ali desde 1350. Está localizada ao sul da Ilha Norte. Principal centro econômico e financeiro do país.
Iniciando nosso papo sobre esportes, o Bungee Jump teria surgido na Nova Zelândia. Tudo teria começado ali e em Aukland. São vários pontos próximos, em Rotorua, Taupo, Taihape e diversas outras localidades.
Uma outra atividade muito praticada é o esqui na neve. Confira os lugares que você pode visitar: O destaque vai para o Mt. Ruapehu da North Island, onde está localizado o único vulcão do país em que é permitido esquiar.
Mas para mim o esporte nùmero um na Nova Zelândia é o Iatismo. Aukland é conhecida como a capital da vela. O destaque nessa categoria vai para a West Haven Marina, que é a maior marina de todo o hemisfério sul. Outra atividade muito popular é o Golf. Lá são mais de 400 campos espalhados pelas duas ilhas.
Mas e a gastronomia?
Não nos esqueçamos que a Nova Zelândia é uma ilha e como tal, os frutos do mar são marcantes. As Ostras de Bluff, apreciado em Southland, onde são recebidas as ostras de Bluff mais frescas e de sabor inigualável, são reconhecidas em vários lugares do mundo. Experimente com um chardonnay não barricado.
Os mexilhões de lábios verdes, muito comuns em Marlborough, faça a harmonização com um sauvignon blanc ou um pinot gris.
Pela origem inglesa o peixe com batatas é muito encontrado, mas se quiser variar vá de bolinho de peixes miúdos. Os peixinhos são pescados nos rios da West Coast da Ilha Sul, misturados com ovos e servidos geralmente com cerveja, eu iria de chardonnay com barrica.
Dois frutos do mar interessantes são o Abalone preto da Nova Zelândia e o lagostim de Kaikoura. Escolha seu vinho branco favorito, mas sempre sem madeira.
Já para os não tão adeptos dos frutos do mar, vamos de Cordeiro de Canterbury encontrado em Christchurch a comida típica Neozelandesa. Sugiro um Shiraz bem encorpado ou cabernet Sauvignon.
Uma novidade muito exótica é a comida selvagem. Em março acontece o Hokitika Wild Foods Festival, um pouco demais para mim, mas são petiscos como larvas de huhu e olhos de peixe. Mas além deles, temos outras comidas típicas da Nova Zelândia, não radicais, como carne de porco, de veado e peixinhos, também podem ser apreciadas sem medo.
Falando sobre vinhos. O clima é temperado oceânico, e temperatura média 20 a 30 ºC no verão e no inverno entre 10 a 15 ºC,. Como está no hemisfério sul, os meses mais quentes são janeiro e fevereiro e junho e julho os mais frios.
A divisão geográfica está composta e dividida em duas ilhas, norte e sul. São 10 regiões produtoras distribuídas pelas duas ilhas. Geralmente como é mais quente os vinhedos do norte são mais adaptados para as uvas tintas, cabernet, merlot, shiraz e pinot. Já as brancas, sauvignon blanc e chardonnay estão melhores instaladas nos vinhedos da ilha sul.
A seguir, as regiões nomeadas no sentido norte/sul:
NORTHLAND – O solo é composto geralmente do argiloso ao argilo-arenoso. Esta é a região mais antiga provavelmente, os primeiros vinhedos datam do início do século XIX, trazido por colonizadores é claro. Como é uma região de temperaturas mais elevadas a que melhor se adapta é a cabernet sauvignon, seguida da merlot . Entre as brancas se destaca a chardonnay.
AUCKLAND – Esta é uma região dividida em 3 sub-regiões ou distritos. Henderson, Kumeu e Huapai. Aqui seguem o padrão da anterior cabernet, Merlot e Chardonnay são as uvas mais plantadas. Pode-se encontrar também bons sauvignon blanc.
WAIKATO/BAY OF PLENTY – destaque para as chardonnays, sauvignon blancs e Cabernet Sauvignons.
GISBORNE – Região predominantemente composta por uvas brancas com 90% da prudução, sendo metade de Chardonnay e os demais distribuídos nas demais variedades. Região composta de planícies, seu solo é calcárioargiloso, sobre subsolo vulcânico ou arenoso. Sem muita expressão em termos de qualidade.
HAWKES BAY -É uma das regiões mais antigas produtoras do país. A enorme variedade de solos propicia o plantio de várias cepas. A região possue uma cadeia de montanhas que circunda a região evitando uma grande concentração de chuvas. A Chardonnay predomina, embora o solo muito diversificado permita produzir diversas variedades, destaque para a pinot noir, Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Syrah.
WELLINGTON – A produção é pequena, mas de alta qualidade, ocupa a região mais ao sul da Ilha do Norte. Martinborough e Wairarapa são seus distritos mais famosos. Destaques para a Pinot Noir e Sauvignon Blancs.
NELSON – Norte da Ilha do Sul. Destaque para a Chardonnay, Sauvignon Blanc, Riesling e Pinot Noir.
MARLBOROUGH – É sem dúvida hoje a região mais conhecida e de maior reputação do país, apesar de ser muito jovem( 1973). Aqui são produzidos os melhores Sauvignon Blancs. Frescos, de ótima acidez e complexidade. Os solos são arenosos (os melhores) e argilosos. Produz se também os melhores espumantes do país.
CANTERBURY – Também uma região muito jovem, vinhedos plantados nos anos 1970. É dai onde fica a nova e promissora subrregião de Waipara. Uvas mais plantadas: Chardonnay, Pinot Noir, Riesling e Sauvignon Blanc. É a quarta maior região do país.
CENTRAL OTAGO – Esta é a região produtora de vinho mais setentrional do mundo. Muitos bons vinhos à base de Pinot Noir, Chardonnay, Sauvignon Blanc e Riesling.
SAUVIGNON BLANC –Na minha opinião melhor variedade de uva do país. Não deixam nada a desejar aos franceses e muitas vezes, melhores com preços mais baixos. Dá vinhos extremamente frutados , cítricos e vegetais agradáveis. Atualmente, dois terços de sua produção encontram-se em Marlborough.
CHARDONNAY – É hoje a cepa mais plantada no país. Por ser uma variedade de muita plasticidade, se adapta muito bem a diversidade de solo e clima do país. No geral, eles são bastante complexos, frutados e frescos. Os de regiões mais quentes (como Auckland e Northland) tendem a ser mais encorpados, maduros e com grande amplitude de aromas, enquanto os da área de Marlborough são mais ácidos e refrescantes.
PINOT NOIR – Por ser mais adaptada a clima frios e secos , encontrou, na Nova Zelândia, um terroir ideal. Seus vinhos surpreendem pela tipicidade e elegância.
CABERNET SAUVIGNON – Produz seus melhores resultados nas regiões mais quentes e secas do norte. São bons os resultados, uma vez que a região proporciona madurez longa, tipicamente o ideal para a tardia maturação da cabernet.
SEMILLON, RIESLING, GEWÜRZTRAMINER e PINOT GRIS, também são muito bem adaptadas à região, apesar da baixa produtividade.
Excelente matéria, super completa,uma viage enogastronomica, turismo e aventura.
Parabéns ao autor e Sommelier Alexandre Furniel.
Bravo 🙂
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